Os últimos quatro anos foram dos mais negros da Democracia Portuguesa.
As políticas de austeridade provocaram um retrocesso no processo de desenvolvimento do país e uma crise social com repercussões por muitos anos.
Os níveis de pobreza denunciam uma verdadeira calamidade, o desemprego atingiu níveis recordes, os salários baixaram e em particular para os jovens, a estrutura económica alterou-se e parte passou para mãos estrangeiras, a emigração assumiu dimensões inimagináveis, as desigualda-des acentuaram-se, a dívida continuou a subir, a alienação dos bens públicos compromete a capacidade e iniciativa no futuro e a independência nacional.
Foram 4 anos de um governo:
- que perdeu a sua legitimidade democrática, pois fez o que tinha prometido não fazer;
- desrespeitador da legalidade, vendo declaradas inconstitucionalidades em todos os Orçamentos que aprovou;
- que diminuiu a prestação de direitos sociais fundamentais à população (tribunais, saúde, educação, segurança social, cultura) e fragilizou a prestação de outros serviços e bens indispensáveis;
- que sustentou muitas vezes as suas políticas em mentiras e, com a ajuda do PR, procurou subjugar os portugueses às ideias da inevitabilidade dos sacrifícios e da pobreza, da ausência de alternativas.
Apesar das narrativas construídas em contrário, as alternativas às políticas de austeridade existem, são viáveis e, sobretudo, recomendam-se em cada país. E neste último ano, na União Europeia – de onde o nosso futuro próximo também está dependente – a expressão de contradições e limitações em alguns acontecimentos políticos, colocaram bem claro que se impõem mudanças profundas nas políticas europeias e que esse rumo tem de ser encetado sob pena de o projecto ruir. É preciso pôr de lado a austeridade e a concepção dicotómica e anti solidária que sustenta as políticas europeias. São as opções dos povos dos diversos países e a sua determinação que hão de forjar novos rumos.
No próximo 4 de Outubro importa que as cidadãs e os cidadãos, ao exercer o seu direito de voto, expressem a sua indignação e a condenação das políticas que os massacraram ao longo destes anos e contribuam para a existência de uma Assembleia da República com outra relação de forças, que garanta uma mudança efectiva de políticas. É preciso não esquecer e não desistir.
As sondagens indicam que só cerca de um terço dos Portugueses apoiam os partidos da coligação da direita. É preciso recuperar a iniciativa e afirmar o direito e o dever de escolher o nosso futuro colectivo. Com a sociedade mobilizada são possíveis compromissos novos, suportados na concretização de objectivos que sirvam os interesses do povo, o trabalho digno e a justiça social, o desenvolvimento da sociedade, a democracia, a soberania, o interesse nacional.
O Congresso Democrático das Alternativas apela a todos para que no próximo dia 4 se relance a esperança em Portugal.
Lisboa, 28 de Setembro de 2015
A Comissão Permanente do Congresso Democrático das Alternativas
Sem comentários:
Enviar um comentário