por José Reis
Há em Portugal ideias responsáveis que servem para fazer regressar a vida a uma economia ferida de morte e a uma sociedade ameaçada por uma longa e sombria “nova idade média”.
É possível dizer que os que se comprazem com o empobrecimento, porque julgam que só assim podemos existir, estão profundamente errados, para além de estarem perdidos no mundo fictício que criaram e nos querem impor.
É preciso dizer que cada decisão tomada por estes ideólogos é uma fonte cruel de problemas, uma nulidade como solução.
Eis seis sugestões realistas e alternativas, sabendo que outros podem acrescentar dezenas muito melhores:
1. Reposição imediata das mais grosseiras reduções dos rendimentos do trabalho; a economia pagá-las-á com crescimento.
2. Compromisso com a manutenção dessa base remuneratória por cinco anos (sim, em economia pode pensar-se a um pequeno prazo, não pode resumir-se a dizer que só se conhece o dia de hoje!).
3. Incentivo poderoso, através de certificados do tesouro garantidos, à poupança dos que podem poupar, em vez da submissão patética do financiamento do Estado aos “mercados”, a que a cabeça ideológica dos que mandam reduzem o mundo.
4. Aposta deliberada em soluções de consumo, de mobilidade, de produção e trabalho, de qualificação das pessoas e de crédito sustentáveis, equilibradas e frugais feita através de uma política urbana e de pequenos centros no espaço rural, o que implica um contrato radicalmente novo com as autarquias (esta é a única “austeridade” que faz sentido).
5. Intensa renovação da capacidade exportadora através de acordos positivos, baseados na facilitação da ação empresarial e num compromisso com o emprego e os trabalhadores, com empresas, sectores, sistemas industriais locais.
6. Negociação no plano europeu de um programa de investimentos públicos politicamente assumido como um compromisso com a Europa baseado na coesão social e na inclusão do povo e na salvaguarda do seu direito a uma vida digna.