por Jorge Sales Golias
Substituamos denúncia por renegociação para evitar confusões semânticas. Não deverá ser uma atitude unilateral, mas sim uma proposta de renegociação das condições impostas e até superadas pelo governo.
Renegociação que, em termos mais tecnocratas, se chama Reestruturação da Dívida.
Apesar da incerteza e do medo que a crise tem gerado, os negociadores portugueses não se devem sentar à mesa com tudo em aberto, sem uma proposta precisa para negociar. Reestruturar tem sido entendido sob três ou quatro pontos essenciais, que se resumem:
1.Perdão parcial da dívida
2.Prolongamento do prazo de pagamento
3.Baixa de Juros
4.Eventual financiamento para estímulo à Economia
Um plano B, como a saída apoiada do euro, deveria ser estudado em detalhe e sempre tendo em atenção que o palco da nossa luta é na Comunidade Europeia e na zona da moeda única.
A defesa destas ideias passa pela inversão do sentido das políticas até agora seguidas pelo governo português, fazendo-as alinhar com as dos países da Europa do Sul, lutando pela valorização das instâncias oficiais da Comunidade: o Parlamento Europeu, a Comissão e o BCE. O Parlamento deve ser a sede de toda a discussão e decisão políticas dos países comunitários.
Assim sendo, Portugal deve ser solidário com a Grécia, a Irlanda, a Espanha e a Itália, países que caminham para o Resgate semelhante ao que por aqui se pratica e que conduzirá ao empobrecimento dos mais desfavorecidos, à destruição do tecido económico e, finalmente, a danos indeléveis na Coesão Social e, em última análise, à ameaça séria à própria Democracia.
Assim sendo, ainda, O Movimento Democrático das Alternativas, deve ligar-se aos movimentos nacionais e internacionais, constituindo uma malha de pressão sobre as opiniões públicas europeias para fazer face às novas ameaças do capitalismo internacional, da globalização, do fundamentalismo religioso, das más práticas ambientais e do terrorismo internacional.