por Victor Louro, Tiago Oliveira, João Santos Pereira, João Manuel Soares, António Loureiro
O Crescimento é condição para vencer a “crise” e aprofundar a Democracia. E de entre os sectores que podem contribuir para isso, a Floresta ocupa uma posição destacada, pois já hoje é responsável por 3% do PIB e 12% das nossas exportações; e tendo em conta que cobre mais de 1/3 do território continental, e mantém 140 mil postos de trabalho, também tem um sério potencial na promoção do equilíbrio social.
Porém, basta lembrar os incêndios, responsáveis pela perda média anual de 79 mil hectares de povoamentos, 69 mil hectares de matos e mais de mil milhões de euros de prejuízos (directos e do que não se fabrica devido à perda do arvoredo), para se ter de concluir que há aqui simultaneamente uma fantástica aberração e um potencial formidável.
Se há uns anos havia muitas opiniões díspares sobre o sector e as soluções necessárias, hoje existe um grande consenso, apesar das distintas sensibilidades politico-ideológicas. A questão essencial da política florestal é assegurar que a propriedade florestal seja adequadamente gerida,o que implica resolver o nó górdio resultante da pulverização da propriedade, que se deve atacar por 3 vias cumulativas: o reforço do associativismo, o desbloqueamento e operacionalização das Zonas de Intervenção Florestal – ZIF e uma política fiscal inteligente pensada para a fileira florestal, que penalize quem abandona, e premeie quem quer gerir bem.
Ou seja, com uma orientação adequada, e pouco dinheiro, é possível obter uma profunda alteração desta estúpida situação, em que os riscos excessivos repelem o investimento e impedem o desenvolvimento das potencialidades. A sua prossecução, concertada com as organizações do sector (que as há, muitas e consistentes), assegurará a criação de empregos nomeadamente no Interior, e produzirá os bens ambientais e económicos correspondentes, refreando esta exaustão de dinheiros públicos e privados.