por Fernando Madaleno
O processo de integração europeia, considerando a prática política levada a cabo, pelos actores, que actuam no palco europeu, tem mostrado que está ao serviço de uma elite de políticos e funcionários e, ainda, dos interesses dos países economicamente mais fortes, sobretudo, da Alemanha. Ao invés, os interesses dos povos dos vários países, que compõem o universo de membros, têm estado arredados das preocupações que estão na base das políticas que têm sido seguidas, nos vários domínios de intervenção política.
Os pequenos países têm sido privados de participar nas decisões de maior importância, cabendo-lhes uma posição subalterna. Portugal, pequeno país, embora carregado de história, vê o seu papel e a sua importância reduzirem-se substancialmente. Dadas as regras, erigidas e praticadas, em matéria de deliberações, não existe qualquer possibilidade de esta situação vir a ser revertida.
A manutenção do nosso país, no seio deste processo integracionista, vai conduzir a um cada vez maior esvaziamento das suas importância, autonomia e soberania. Avançando no sentido da federalização, as perdas de Portugal, nesses campos, serão irreparáveis e insusceptíveis de recuperação. Em termos económicos, Portugal encontra-se completamente manietado e ao sabor dos vários interesses, que lhe são contrários, como mostrou todo este processo da crise das dívidas soberanas.
Há que declarar o processo de integração como um processo hostil. O resgate de Portugal, como país soberano, implica a desvinculação do processo de integração europeia e a tomada de consciência de que não estaremos sós no Mundo. Temos o mar, ao qual deveremos regressar. Temos os vários povos da Ibéria, com os quais deveremos estabelecer relações privilegiadas. Temos os vários povos dos PALOP’s, a quem nos une uma história comum de séculos. Temos os povos dos países da Sul América, bem como os povos do Magrebe, com quem, desde que haja empenhamento e vontade política, será possível estabelecer relações bilaterais ou multilaterais frutuosas.