Há alternativas económicas e de desenvolvimento: A economia verde e ambiental


por Sérgio Manso Pinheiro

O saldo importador de produtos energéticos foi, em 2011, de 7,1 mil milhões de euros – a “apropriação” de parte das aposentações e salários da função pública e as alterações na TSU representam 2,5 mil milhões (apenas 35% da importação de energia).

Num estudo, a Comissão Europeia conclui que “A aplicação integral da legislação da UE relativa aos resíduos economizaria 72 mil milhões de euros por ano, aumentaria o volume de negócios anual do setor de gestão e reciclagem de resíduos na UE em 42 mil milhões de euros e criaria mais de 400.000 postos de trabalho até 2020”.

O investimento em investigação e desenvolvimento numa área inovadora como a mobilidade elétrica permitiu que Portugal se colocasse numa posição competitiva vantajosa que nos permite ser exportadores, já em 2012.

A economia verde representa hoje uma opção estratégica com enormes potencialidades económicas e com efeitos imediatos, contribuindo positivamente para responder às questões ambientais, de sustentabilidade, de equidade social e de qualidade de vida.

Os exemplos acima apenas pretendem ilustrar a diversidade de matérias, abordagens e escalas e como se interligam e são transversais. Dos grandes números (da importação energética à produção energética de fontes renováveis) à pequena ação (temos já restaurantes que na ementa incluem as emissões de cada prato associadas ao transporte dos respetivos bens alimentares), há naturalmente uma forte componente educacional, comportamental e de informação que não pode ser negligenciada.

A economia do ambiente tem ainda um efeito colateral positivo – a projeção e dimensão internacional, captando reconhecimento, investimentos e turismo – mas também um compromisso corajoso com a Inovação e desenvolvimento do conhecimento e da tecnologia.

A afirmação Internacional revela-se: Quioto passou a ser reconhecida pelo protocolo de limitação das emissões de CO2; Porto Alegre foi catapultado a partir de iniciativas como o Orçamento Participativo e o Fórum Social Mundial; Barcelona relançou a sua dinâmica de reabilitação com o Fórum 2004; Amesterdão, Copenhaga ou Paris ganharam novo estatuto pela utilização da bicicleta como modo de transporte quotidiano; a Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável foi de tal forma relevante que a sua reedição no Rio de Janeiro, 20 anos depois, ficou conhecida apenas por Rio +20.

Mas, mesmo assumindo a possibilidade de consensualizar a valorização desta alternativa, de prioridade à nova economia, importa ter presente que ela impõe também a coragem na firme aposta e investimento na inovação e na investigação na ciência e tecnologia.

Este é um esforço que tem demonstrado um elevado retorno, criação de riqueza e de empregos, a afirmação internacional e a captação de novos investimentos, e tem uma, não pouco importante, componente de realização pessoal de todos os que tem o privilégio de nele participar. Há futuro.