por Jorge Bateira
Para pôr termo à crise em que Portugal se afunda, é necessário começar a construir uma alternativa política das esquerdas tendo em vista eleger uma maioria parlamentar e aceder ao governo do país.
Essa alternativa só ganhará credibilidade e apoio popular se as esquerdas explicarem com clareza que Portugal precisa de recuperar a autonomia política indispensável à execução de uma estratégia de desenvolvimento. O primeiro passo de um governo das esquerdas seria a denúncia do Memorando, acompanhada do pedido à UE de negociações com vista à atribuição ao país de um novo estatuto resultante de várias derrogações aos Tratados favoráveis ao seu desenvolvimento.
Na melhor das hipóteses, tendo em conta o precedente da Grécia, a UE acabaria por apoiar uma saída do euro, vista pela Alemanha como inevitável e até desejável. Na pior das hipóteses, constatado um impasse nas negociações, o governo teria ganho tempo e avançado na preparação para a introdução de uma nova moeda.
Neste texto responde-se com detalhe a várias questões: sobre as causas da presente crise, sobre os obstáculos ao desenvolvimento do país no quadro da zona euro, sobre as implicações da denúncia do Memorando, sobre os riscos da introdução de uma nova moeda, e também sobre o horizonte de desenvolvimento que a recuperação da soberania monetária permite.
(ver versão desenvolvida deste texto )